Saiba um pouco mais sobre a psicologia da memorização e use isso na hora de estudar

Menina estudando com livros didáticos

Saiba um pouco mais sobre a psicologia da memorização e use isso na hora de estudar

 

 

O processo de memorização é uma das funções cognitivas cerebrais mais importantes para a experiência de aprendizagem. É através desse processo que nossos cérebros conseguem armazenar informações a curto, médio e longo prazo. 

 

Em um ambiente educacional, a capacidade de armazenar e acessar informações é essencial para o desenvolvimento do aprendizado e sendo assim, a memorização é, ou pelo deveria ser, um grande aliado de todos os estudantes. 

 

E é importante salientar que quando falamos de memorização, não estamos falando do simples decoreba, mas da memorização de informações lógicas que vêm acompanhadas de raciocínio lógico e capacidade de compreensão. 

 

De nada adianta memorizar a raiz quadrada de 36 se não houver por trás dessa memória um raciocínio lógico, ou seja, uma compreensão plena do processo necessário para se definir esse cálculo matemático. 

 

Bom, agora que nós já compreendemos um pouco sobre a importância da memorização no processo educacional, vamos entrar mais a fundo na psicologia da memória e entender como podemos usar isso na hora estudar. 

 

A Psicologia da Memorização

 

Podemos separar o processo de memorização em 4 etapas, mas é preciso entender que essas etapas não são necessariamente lineares. O processo de memorização é complexo e as etapas podem se entrelaçar e se alternar durante a fase de estudos. 

 

 

A memorização é separada nas seguintes etapas: atenção, compreensão, armazenamento e resgate. 

 

A Atenção

A etapa de atenção varia muito de pessoa para pessoa, já que ela vai determinada de acordo com a capacidade de foco e concentração de cada indivíduo. Outras variáveis, como o interesse pelo assunto e a capacidade didática do facilitador, ou professor, também têm muita relevância dentro dessa fase. 

 

Quanto mais focado estiver o estudante, mais conteúdo ele vai conseguir armazenar, mesmo que esse conteúdo ainda não seja completamente compreendido pelo estudante. Mas essa é só a primeira etapa do processo de memorização, então não existe problema nenhum em armazenar uma informação e não compreender completamente aquilo. 

 

A Compreensão

 

A compreensão é a segunda etapa do processo de memorização, ela entra como uma fase complementar da fase de atenção e traz sentido lógico para as informações que foram vistas na etapa de atenção. 

 

 

É nessa fase da memorização que damos sentido às informações, compreendemos seus conceitos, aplicações, implicações e conexões lógicas com outros saberes e com outros conjuntos de informações. 

 

O Armazenamento

 

A etapa de armazenamento é o processo cognitivo de guardar informações e permitir que elas estejam disponíveis para serem acessadas sempre que se necessite. 

 

É importante entender que o armazenamento de informações no cérebro é constante, estamos armazenando informações o tempo inteiro. Entretanto, nem todas as informações que armazenamos são necessariamente úteis, ainda mais quando elas são retidas sem o auxílio das duas primeiras etapas do processo de memorização. 

 

O psiquiatra norte-americano William Glasser, foi o criador de uma teoria de aprendizado chamada de Pirâmide da Aprendizagem. Nessa teoria, Willian afirma que em média, temos a capacidade de reter: 

 

  • 10% do conteúdo que lemos

  • 20% das informações que escutamos

  • 30% dos conteúdos que observamos na prática ou assistimos por vídeo

  • 50% das informações que observamos e escutamos ao mesmo tempo

  • 70% das informações que debatemos ou conversamos sobre

  • 80% de todo o conteúdo que lemos, escrevemos e colocamos em prática

  • 95% do conteúdo que apresentamos ou ensinamos

 

Com isso, podemos compreender que o processo de retenção de informações é muito mais eficiente quando acompanhado das primeiras fases do processo de memorização, ou seja, conseguimos armazenar mais informações quando estamos focados naquele tema e compreendemos seus conceitos e aplicações práticas. 

 

O Resgate

 

A fase de resgate, ou recuperação, da informação é a responsável por acessar esses dados que estão armazenados em nossos cérebros. 

 

Essa é uma fase muito curiosa já que ele pode ser ativada por diversos elementos, e nem todos eles são necessariamente lógicos. Por exemplo, podemos ter uma informação específica armazenada na memória e tentar acessar esse conjunto de dados enquanto fazemos uma prova, a surpresa é que existe a possibilidade de que essa informação não venha a nossa mente, isso é o que chamamos do famoso “deu branco”. 

 

 

Mas por outro lado, às vezes estamos executando uma determinada atividade, ou conversando com alguém sobre um assunto aleatório e de repente, BUMMM, aquela informação vem na cabeça, como um passe de mágica. 

 

O resgate das informações é curioso e complexo e pode estar associado com um raciocínio lógico, uma memória afetiva, um cheiro, uma imagem e até mesmo com as sensações de tato. 

 

Bom, essa informação pode ter te deixado um pouco frustrado, afinal de contas, o que acabamos de falar é que você pode se esforçar para aprender e memorizar um conteúdo, mas não pode ter a certeza de que vai conseguir acessar aquela informação quando precisar.

 

É exatamente isso que acabamos de explicar, mas como o cérebro é a máquina mais incrível que existe na terra, nós também podemos trabalhar para que esse tipo de ‘’branco” não aconteça. E como podemos fazer isso? Condicionando logicamente nossa memória por meio de técnicas de estudo, memorização e associação de informações. 

 

Treine Sua Memoria

 

O processo de condicionamento da memória é puramente baseado em treinamento, concentração e repetição. Mas vamos lembrar mais uma vez, treinar sua memória com simples exercícios de decoração e sem o devido processo de entendimento, não é o ideal. 

 

Como dissemos antes, você pode treinar a memorização do seu conteúdo de um modo que você seja capaz de acessar essa informação sempre que precisar. Para fazer isso, o ideal é associar seu conhecimento com palavras ou conceitos chave. 

 

 

Esse processo torna mais fácil o acesso ao conteúdo e a informações complexas, já que você consegue condicionar sua memória para acessar um conjunto de informações sempre que acionar uma palavra-chave específica. Existem muitas técnicas que podem ser utilizadas para condicionar sua memória dessa forma e agora vamos te ensinar algumas delas.  

 

Mapas Mentais

 

Um mapa mental consiste simplesmente na conexão de ideias e essa é uma ferramenta excelente para a memorização de conceitos e conhecimentos. 

 

 

Uma vez que você constrói um mapa mental e associa um conjunto de informações com outras palavras chave, você consegue acessar essas informações com mais facilidade, já que esse conjunto de dados está todo associado e seu cérebro se condicionou a lembrar de tudo isso de uma forma interligada. 

 

Não leia, fale!

 

Você fala sozinho(a) enquanto estuda? Pois deveria. Embora isso possa parecer um hábito meio maluco, é um hábito que realmente funciona e traz grandes benefícios para quem o pratica. 

 

Como vimos acima, a Pirâmide da Aprendizagem de William Glasser nos ensinou que conseguimos absorver e armazenar mais informações quando lemos, escutamos, falamos e colocamos em prática o que estamos aprendendo. 

 

Sendo assim, o simples exercício de ler em voz alta o que estamos aprendendo e repetir esse conteúdo para nós mesmo, funciona como uma boa tática de memorização e ainda pode facilitar o processo de resgate dessas informações. 

 

Ensine o que você sabe

 

Mais uma vez vamos recorrer ao conceito da Pirâmide de Aprendizagem. Ensinar um conceito, uma matéria ou uma teoria, é umas das melhores maneiras de fixar o conteúdo que está sendo estudado.

 

 

Você pode fazer de várias formas diferentes, você pode criar uma apresentação para você mesmo e fazer isso na frente do espelho, pode ensinar seu conteúdo para um amigo ou irmão e se você tem um pequenino em casa, pode pedir para que ele apresente o que está aprendendo para você ou para a família. Além de ser uma boa técnica de memorização, isso ainda incentiva a articulação das ideias, a capacidade de comunicação e a oratória.

 

Estude em Grupo

 

Esta é outra técnica formidável! Estudar em grupo torna todo o processo de aprendizagem mais interativo e humano. E os benefícios vão muito além da capacidade de memorização. 

 

Quando estudamos em grupo, temos várias mentes, com diferentes personalidades e perspectivas, olhando para o mesmo conteúdo. Isso pode ser extremamente útil na hora de compreender conceitos mais complexos, já que cada mente vai assimilar esse conceito de uma forma e esse intercâmbio de perspectivas e ideias, pode facilitar e acelerar o processo de aprendizagem e memorização. 

 

 

E como dizia Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”

 

Bom, esperamos que esse conteúdo te ajude a condicionar melhor sua memorização e que toda essa informação seja útil para você, ou seus pequenos. Nós vemos semana que vem no próximo post!

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