Já vou te dar um spoiler: a resposta para a questão do título está lá no fim do texto. Mas antes, vamos voar um pouco e entender a importância de usar as fontes cursivas adequadas na alfabetização?
Fontes cursivas, fontes de forma, fontes diferentes: o desafio para as crianças em fase de alfabetização
Quem é educador sabe: não podemos utilizar qualquer tipo de fonte na hora de prepararmos as atividades. Isso porque para nós, que já estamos alfabetizados, o desenho de cada letra já está muito internalizado. Por isso, conseguimos identificar uma palavra, como “borboleta” escrita de diversas maneiras: em letras cursivas, em letras de forma, em CAIXA ALTA, e até mesmo com as letras embaralhadas, como “broboetla”.
Uma criança, porém, vê cada desenho como muito diferente. “A”, para ela, tem o desenho muito diferente de “a”, e por isso ela não reconhece como sendo a mesma letra. Convenhamos, é muito diferente mesmo, né? Se hoje nós conseguimos ler esses desenhos tão diferentes como se fossem a mesma letra, é porque alguém, há alguns anos atrás, se esforçou bastante para que a gente conseguisse (e acredite, não foi fácil).
Na hora de fazer uma atividade, seja impressa ou online, os educadores precisam se manter atentos à essa questão. Hoje, o processo de alfabetização costuma iniciar com as letras de forma (também chamadas de letras de bastão ou letras de imprensa) e, numa segunda fase, insere as letras cursivas. Se o professor não estiver atento à esse processo, pode passar um exercício que prejudique a leitura e, consequentemente, o processo de aprendizagem.
Quais fontes cursivas usar nas atividades?
Agora que a gente já entendeu a importância de usar as fontes adequadas, enfrentamos um desafio particular: isso porque os computadores vêm com uma variedade enorme de fontes instaladas, mas que dificilmente são adequadas para as crianças em processo de alfabetização, especialmente as letras cursivas.
Como a gente pode perceber, essas letras tem um desenho bastante avançado, que nem sempre ajuda no processo de alfabetização. Além disso, é importante perceber se essas fontes são adequadas para a realidade brasileira: nem todas as fontes possuem, por exemplo, o cedilha (ç). Já imaginou que chato elaborar uma atividade e, no meio dela, perceber que o computador escreve “pacoca” ao invés de “paçoca”? É por isso que a gente, aqui na Casa Sabiá, separou algumas fontes que achamos muito boas para elaborar as atividades, e que contribuem bastante com a alfabetização. Elas são, inclusive, as fontes cursivas que nós utilizamos no preparo das nossas atividades.
Mamãe que nos faz:
Até este momento, a Mamãe que nos faz é a nossa favorita. Ela tem as letras bem redondinhas, tanto nas maiúsculas como nas minúsculas, e tem um ar de infantilidade que nos agrada muito. O único problema dela é quando aparecem palavras que exigem a junção de certas letras, como é o caso do “bi” em Sabiá ou do “ve” em “Ave” e que acaba deixando as letras separadas.
Glam Queen:
A Glam Queen, por sua vez, resolve bem o problema da junção de letras com “b” e “v”, e é a nossa opção quando o texto tem muitas palavras com essas letras, ou quando a gente precisa trabalhar justamente esse tema com as crianças. No entanto, por não se tratar de uma fonte brasileira, a grafia de algumas letras, como o “p” minúsculo ou o “S” maiúsculo realmente não nos agradam. Por isso, essa fonte fica como segunda opção.
Learning Curve:
Quando o assunto é uma caligrafia mais itálica, no estilo da caligrafia comercial, a nossa opção é a Learning Curve. Como é normal da caligrafia comercial, trata-se de um traço mais estilizado, e por isso é mais adequado para as crianças mais treinadas na caligrafia.
Observações finais
Uma letra cursiva é, naturalmente, uma letra feita à mão, diferente da letra de forma, que já foi elaborada pensando na reprodutibilidade, especialmente depois do nascimento da imprensa. Por isso, é difícil encontrar uma letra de forma que reproduza 100% do que nós precisamos. Mas, como vimos, existem opções excelentes, e que contribuem bastante para deixar as atividades como precisamos.
Essa lista, é claro, não é exaustiva. Além dessas fontes que nós listamos, existem muitas outras no mercado, como a Irineu Brasil, a Primary Dots e a Déuxieme Rang. Isso sem contar naquelas fontes que se inspiram na infância, e que a gente vê em cartazes de filmes e propagandas, como a Hollidays e a My Ugly Handwriting.